8 de dezembro de 2011

Como você pode ser no seu contexto...

Música: Tocando em frente
Almir Sater/ Renato Teixeira


Ando devagar
porque já tive pressa.
Levo esse sorriso
porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte
mais feliz quem sabe.
Só levo a certeza.
De que muito pouco eu sei.
Eu nada sei.

Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs.
É preciso amor pra poder pulsar.
É preciso paz pra poder sorrir.
É preciso a chuva para florir.

Penso que cumprir a vida
seja simplesmente
Compreender a marcha
ir tocando em frente.

Como um velho boiadeiro
levando a boiada.
Eu vou tocando os dias
pela longa estrada,eu vou.
Estrada eu sou.

Todo mundo ama um dia
todo mundo chora.
Um dia a gente chega
e o outro vai embora.

Cada um de nós
compõe a sua história.
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz!


Lendo esta belíssima letra de Almir Sater e Renato Teixeira, percebo que todos nós, em algum momento, buscamos a felicidade. A vida não se resume a “ir tocando em frente”, e ela tem mecanismos muito especiais que vão nos empurrando a buscar o seu significado, a compreendê-la.

Independente da religião, ou filosofia que professamos, não conseguimos ser feliz olhando única e exclusivamente para o material. Precisamos nos voltar para o espiritual em busca da base que nos sustentará nos momentos de dor e sofrimento. Porque todos, indistintamente, passamos por estes momentos: “Todo mundo ama um dia, todo mundo chora. Um dia a gente chega e o outro vai embora”. E o mais preciso desses mecanismos da vida é que “Cada um de nós compõe a sua história. Cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz”, como canta o poeta.

Percebo que nós já temos essa idéia de grupo, de solidariedade, de crescimento espiritual. Porém temos que ter a certeza de que esse processo é eterno, dinâmico, e necessita de nosso movimento constante. Como exemplo: que tal nos informarmos de como esta nosso próximo? Quando verificamos uma nuvem de tristeza em seus olhos, porque não nos aproximarmos para uma acolhida, um “olhe, estou aqui.”?

Essas pequenas mudanças significarão fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade", com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress". Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local" - presente e concreto - em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo.

No movimento da globalização também precisamos fincar nossos pés e mentes no concreto. Retomar os valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé. Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo, onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor.
E para finalizar fica esse lindo pensamento de Jan Struther, na intenção de que você o aproveite como reflexão íntima:
“Podemos às vezes ofender com palavras, mas também podemos ofender muito mais com o silêncio. Nenhum insulto pronunciado jamais feriu tão profundamente, como a ternura que esperamos e não recebemos. Ninguém jamais se arrependeu tão amargamente de uma indiscrição pronunciada, como das coisas que deixou de dizer.” (Jan Struther).