26 de julho de 2011

Será que foi amor...

Andei pensando em você e em tudo o que vivemos. Recordei nossos momentos felizes e todas as vezes que você me fez chorar. O curioso é que no resumo de toda essa história, as lágrimas vencem os sorrisos.

Fiz tantas concessões, abri mão das coisas que eu gostava para participar das suas, mudei completamente o meu jeito contestador para apenas dizer “sim” aos seus caprichos e vontades.

Desconsiderei a minha forma natural de amar, para te amar da maneira esquisita que você queria… sem promessas, afagos ou entrega. Amei quieta, sozinha… discreta para não deixar o coração transbordar e mostrar quanta paixão existia dentro de mim. Fui silenciosa para não amedrontar alguém que não entendia o que é o amor e se assustava com ele… achava que por não amar e querer ser livre, também não deveria ser amado.

Aceitei me submeter e fui marginal da sua vida, sendo que você era o sentido principal da minha. Engoli as palavras que você precisava ouvir, evitando brigas para não te perder. Preferi fechar os olhos todas as vezes que você feria a minha confiança, todas as vezes que você ignorava a minha presença ao seu lado e todas as vezes que precisei do seu abraço e você não percebeu.

Sentia uma necessidade quase sufocante de dizer que te amava todas as vezes que você sorria pra mim, mas não dizia… não dizia, pois não ouviria a mesma coisa e esse seria um motivo para você dizer que não poderíamos continuar juntos, já que não sentia o mesmo por mim.

Fingi… fingi não amar, fingi apenas gostar de estar perto e me divertir com você. Fingi que você não era a razão da minha alegria secreta, fingi que poderia viver sem você, fingi que não te queria pra sempre, fingi que você era apenas mais um.

O mais engraçado é que já vi muitas pessoas fingirem amar alguém, para fazer o outro feliz… mas pela sua natureza tão contraditória e fria, precisei fazer o contrário.

Dizem que o amor nos tira um pouco a razão e esse é o único motivo que me apego para justificar todas as humilhações e tristezas que vivi ao seu lado. Foi o maior amor que já tive, mas sem dúvida o que me trouxe mais dores e que deixou marcas profundas na minha alma… mas espero que não sejam eternas e que um dia elas desapareçam.

Mesmo tendo vivido tudo isso ao seu lado, sei que o amor não é assim… sei que amar é estado de felicidade constante, é não ter medo de falar ou tocar, é estar perto e poder mostrar e dizer o quanto ama… é ser respeitado por possuir um sentimento tão nobre, é não sufocar lágrimas, é chorar só por saudade ou alegria.

Ao seu lado não tive a possibilidade de viver tudo isso, muitos dirão que fui cega, que me enganei, que me anulei por você… e que isso não era amor e sim obsessão.
Mas posso garantir que para ter ficado tanto tempo com você, apesar de tudo que passei… deve ter sido amor sim… só pode ter sido amor!

23 de julho de 2011

"O bonito me encanta, mas o sincero, ah! esse me fascina"

“A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.”

Martha Medeiros

16 de julho de 2011

Quando um certo alguém…cruzou o seu caminho...

Levamos tempo pensando, idealizando e esperando alguém que chegará para preencher aquele lugarzinho no coração que anda desocupado e ansioso por acolher um amor...

Então estamos o tempo inteiro imaginando que essa pessoa aparecerá naquela festa, na fila do cinema, no restaurante, no bar… e todas as vezes que saímos com esta expectativa, esse alguém não aparece. Mas quando você menos espera...

Eu estava dirigindo o meu carro em um fim de tarde de domingo… voltando para casa, sem nenhum pensamento específico, apenas cantando as músicas de Lulu Santos que rolavam no rádio do carro.

Ao olhar para o lado, percebo que tem um carro empa...relhado com o meu e que o motorista estava lhe olhando com um ar de paquera. Como isso é algo comum de acontecer no trânsito, pensei se tratar de “mais um” e acelerei para não continuar ao lado do rapaz....

Mas ele acelerou também e voltou a ficar lado a lado comigo… dessa vez, ele sorria e eu também não consegui ficar séria. Mais uma vez acelerei e mais uma vez, ele foi atrás. Conseguiu se aproximar de novo e fazia gestos pedindo o meu telefone. Apesar de estar achando tudo muito engraçado, eu continuava balançando a cabeça dizendo que não daria o número. Ele insistia e parecia não se convencer… pediu que entrasse no retorno que estava próximo e que ele estava se direcionando, mas eu não entrei e ele sim… buzinei me despedindo e segui adiante, enquanto via pelo retrovisor, o carro dele indo embora....

Depois disso, senti um súbito arrependimento… talvez pela música de Lulu que tocava, como um sinal do universo, dizendo: “quando um certo alguém, cruzou no teu caminho, te mudou a direção…” e a música fazia o arrependimento aumentar. Ele er...a lindo e tinha um sorriso encantador… putz! Nada mais a fazer! Será??? Quando achava que tinha feito uma grande besteira, olhei para o lado e lá estava ele, novamente! Nos olhamos e rimos… ele tinha feito um retorno imenso para voltar até onde eu estava… encostou, me pediu para abrir o vidro e disse:

‎- Depois de fazer todo esse retorno, será que agora eu não mereço o seu telefone? Dei risada e disse: – Merece sim! Falei o número para ele, que ligou de pronto e então começaram a conversar, ali mesmo, naquele trânsito parado, por conta dos engarrafamentos. Disse que ele era maluco, ele me disse que eu era linda e que faria mil retornos, se fosse preciso...

Combinamos de nos conhecer… mas os próximos capítulos, só depois. E você pode estar se perguntando: o que eu tenho a ver com essa história? Talvez tudo… primeiro que você pode estar perdendo tempo procurando algo que, quase sempre, aparece ...quando e onde menos se espera… e segundo que você pode estar resistente em correr atrás de quem quer ao seu lado, por medo ou qualquer outro sentimento que te impeça de arriscar e ser feliz. Acho que nessa história, fica claro as inesperadas armações do destino e o quanto é preciso ir em busca do que queremos. Só podemos saber se vai dar certo, tentando…

*Não é correto o uso de celular no trânsito, nem atitudes que possam desviar a atenção do motorista.