27 de fevereiro de 2011

Posso cuidar de você?

“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém…”
Drummond

Por muito tempo, travei uma batalha interna com Drummond, achando uma tremenda injustiça ele afirmar que Lili não amava ninguém. Como assim, Carlos? As pessoas estão sempre apaixonadas… seja por um amor possível ou impossível. Como você pode julgar Lili dessa maneira? E por aí eu me perdia em questionamentos e contestamentos.

Hoje eu entendo Drummond… e mais ainda, Lili. Podemos sim, não amar ninguém por um certo tempo. Podemos sim, estar com o coração desocupado e sem expectativas. Podemos sim, nos relacionarmos com pessoas que não nos despertam amor. Podemos sim, não conseguir amar quem nos ama nesse momento em que não nos entregamos.

Curiosamente, vivemos em busca de um amor que possa ser verdadeiro… de alguém que queira, realmente, estar ao nosso lado. Temos um desejo imenso de ser amado. E aí, uma pessoa aparece e diz: “Fica comigo. Deixa eu cuidar de você!”. Tudo aquilo que você queria ouvir, tudo aquilo que você sempre esperou… mas então, você percebe que não pode dar o mesmo para esse alguém.

O coração está batendo só para não ficar desempregado, pois ainda não apareceu aquele sentimento que faz com que ele trabalhe cheio de emoção. Essa pessoa aparece e você enxerga nela todas aquelas qualidades e também as falhas, que fazem parte de um pacote do “amor perfeito”… percebe que há um sentimento verdadeiro querendo ser entregue e você se dá conta de que não pode aceitar.

Esse mundo é mesmo louco e nós, a materialização dessa loucura… queremos ser amados, mas somos capazes de dar uma prova irrefutável de falta de egoísmo, quando mostramos que não basta encontrar alguém que nos ame… temos que amar! Queremos receber tudo de bom que o amor traz, mas se não conseguirmos retribuir esse sentimento, não terá a menor graça… amor é troca!

25 de fevereiro de 2011

O Homem a nível de folia

Eu, embora passiva nessa manifestação popularesca, sou muito a favor da coisa "confraternização carnavalesca" - contanto que ela seja feita dentro dos conformes, com muita, mas muita camisinha. E para tornar os dias de ziriguidum mais proveitosos, aqui vão alguns comparativos do sexo masculino a nível de folia.
Misture-se com moderação.

O HOMEM-CONFETE
- Tu é a mais gata do pedaço.
- Te quero só pra mim.
- Nossa! Você é linda demais. Tô gamadão em você, linda.
Essas e outras cantadas pra lá de manjadas são o carro chefe desse tipinho. Ele acha que ficar te jogando confete vai facilitar as coisas pro lado dele, mas não se engane, o homem Confete quer apenas te dar uns catas num canto do salão, da Sapucaí, de uma ruela da Bahia (tanto faz), arrancar seu abadá e lançar sua serpentina na avenida, se é que me entende.

O HOMEM TRIO-ELÉTRICO
- Que bloco você vai sair?
- Curte uma Daniela Mercury?
- Vai de Ivete?
Ele mal vai acabar de lançar a pergunta e já vai grudar na sua cintura balbuciando qualquer coisa do Chiclete com Banana enquanto pula que nem uma pipoca na panela. Esse tipinho só não vai atrás da mulher do Trio Elétrico que já morreu, ou seja, respirou perto dele, tem peito, ele tá dando mole. O Homem Trio Elétrico adora um carnaval no Nordeste, não sabe quem foi Alceu Valença, mas acha essa coisa de movimento Axé um puta tesão, fora que emprega umas gostosas nesses grupos que cantam muito. Ele começou a encher a cara no "Arregaça Folia" em setembro do ano passado e passou os dias restantes contando as horas para embarcar com seus 49 amigos num busão fretado que fez São Paulo/Bahia em 42 horas. Encontrados em vários modelos do horrível ao bonitinho o Homem Trio Elétrico só serve mesmo para algumas horas de folia, você vai perdê-lo rapidamente pelas ladeiras e ruas estreitas da festança. Procure não se afeiçoar demais ao animal.

O HOMEM-PURPURINA
Ele não fala, pelo menos, não com você. Ele vai partir tão lindo quanto chegou, sem nenhum fio de cabelo despenteado e nenhuma gota de suor. Você vai olhá-lo de longe e imaginar que ele é o homem da sua vida: lindo, educado, inteligente e tímido. E sua sensação vai aumentar com o badalar das horas, porque ele vai estar lá, firme, forte e gostoso, conversando com os amigos lindos e gostosos que ele trouxe com ele, rindo de longe e sem te dar um minuto de trela. Enquanto suas amigas estarão se divertindo com os deliciosos cafajestes que inundam a folia, você vai estar ali, fixada naquela projeção de que aquele homem foi feito pra você. Baby, aquela Coca-Cola é light. Se é que me entende.

O HOMEM-CARRO ALEGÓRICO
E ele vai te mandar beijos da Sapucaí, enquanto você estará derretendo num camarote sem graça se contorcendo de inveja e ciúmes das passistas que saracoteiam ao lado daquele Deus. E isso balança que é um espetáculo. Ele é um show de fogos. Ele é sexy, viril, domina o samba sem requebrar. O cara sabe que é bom e vem chegando sem chegar. O Homem Carro Alegórico vai deixando saudades por onde ele passa. Mas, não desanime, ele pode sair da concentração e correr pros seus braços, basta ele eleger você como a rainha da bateria pra noite de folia. Não se preocupe em procurá-lo, ele vai achar você, e se um Homem Carro Alegórico que você nunca viu antes lhe oferecer abrigo, não se assuste, isso é carnaval.

TUM TUM
E já que você pretente entrar na folia, aqui vai uma pequena lista dos tipinhos com que vale a pena romper as madrugadas de folia e com quais não se meter, às vezes a harmonia da coisa é boa, mas o andamento pode não ser dos melhores.
QUESITO SIM, NÃO, POR QUE?
Homem Bateria - Porque você cansa e ele não.
Homem Samba Enredo - É muita letra pra decorar.
Homem Harmonia - Enjooa na terceira estrofe.
Homem Evolução - Evoluí que é um espetáculo.
Homem Enredo - São muito criativos.
Homem Fantasia - Ziriguidum.
Homem Comissão de Frente - E precisa explicar?
Homem Mestre Sala - O cara entende de parceria.
Homem Alegoria e Adereços - Ele não vai querer.

E termino mais essa coluna com a Marchinha
Bota camisinha
Bota meu amor
Que hoje tá chovendo
Não vai fazer calor
Bota a camisinha no pescoço
Bota geral
Não quero ver ninguém
Sem camisinha
Prá não se machucar
No Carnaval...


E ai, o que me diz do Homem a nível de Folia?

18 de fevereiro de 2011

Esperando respostas....

Quem foi que instituiu que devemos esconder o sentimento quando ele não é retribuído?
Quem teve a idéia absurdamente ridícula de definir que temos que sofrer em silêncio e não mostrar fraqueza?

Por que tenho que não ligar quando o que mais quero é ouvir a sua voz?
Por que preciso fingir um sorriso no estilo “tá-tudo-bem” quando te encontro, se o que eu tenho vontade mesmo é dizer o quanto você me faz falta?
Por que tenho que fingir que não percebo a sua presença em uma sala com inúmeras pessoas, quando na verdade o seu perfume é o único cheiro que sinto em meio a todos os outros?
Por que não posso te mandar um SMS com a letra daquela música que eu queria cantar para você?
Por que preciso sufocar um amor que escapa por todo o meu corpo, transbordando nos meus olhos todas as vezes que te vejo?
Por que preciso me mostrar forte, bem resolvida, fria e distante para não deixar você perceber o quanto ainda te amo?
Por que preciso chorar baixinho e escondido quando na verdade o meu grito acordaria um planeta inteiro?
Por que preciso aceitar seu toque de amigo como se a minha pele não estremecesse ao menor sinal da sua aproximação?
Por que tenho que ter prudência e renegar tudo o que eu sinto em função da sua cruel felicidade longe de mim?
Por que tenho que me forçar a beijar outras bocas, deitar com outros corpos, ouvir outras vozes ao meu ouvido para tentar matar alguém que está tão vivo dentro de mim?
Por que preciso reagir, levantar, não chorar, dar a volta por cima e não posso ter direito a uma quarentena de amor perdido?
Por que tenho que enxugar as minhas lágrimas e não deixar que elas caiam o quanto quiserem para ajudar a lavar a saudade que sinto de você?
Por que um sentimento lindo, altruísta e incondicional, como esse que tenho dentro do peito, precisa ser morto?
Por que ninguém inventou ainda um antídoto que acabe com a dor dilacerante de perder um amor? Onde estão os cientistas?
Por que eu vivo com a sensação eterna de que ainda vou ter o seu sorriso de volta?

Queria respostas para essas perguntas que não calam e me acompanham por esses dias onde até o sol resolveu não brilhar… ou talvez ele continue brilhando e eu ainda não tenha coragem de abrir os olhos para ver!

Se você conseguir me responder algumas delas, posso concordar que preciso mesmo te esquecer.

10 de fevereiro de 2011

Pode ser mais claro?

Existem mulheres que sabem identificar de pronto quando algum homem se interessa por elas. Na verdade, muitas até exageram! Conheço algumas que se o cara disser “bom dia”, ela já acha que vai pedi-la em casamento.

Enfim, auto estima é algo admirável e acho que ela deve ser cultivada mesmo. Claro que preservados os devidos exageros, né gente? Não vamos ficar imaginando coisas onde não tem e acabar por constranger uma pessoa que só deseja a sua amizade.

Mas é, exatamente, sobre essa linha tênue que separa um interesse maior de uma amizade, que quero falar. Há homens que dizem logo a que veio… dá indiretas, cerca de jeito, capricha nos olhares, nos sorrisos e nas frases certeiras. Nesses casos não temos dúvida, sabemos em que terreno estamos pisando.

Por outro lado, temos aquela pequena amostra dos que não são muito específicos… que hora se revelam, hora parecem querer apenas uma bela e longa amizade. Talvez por não ter certeza do que querem ou por que não querem mesmo. Mas se não querem, qual o motivo de olhar meio diferente, deixar a mão tocar a sua de uma forma mais demorada ou até dá um beijinho no rosto, mais próximo da boca do que da bochecha? Freud, socorro meu filho!!!

Sabe aqueles caras que um dia você acredita que vai rolar e no outro ele te pede conselhos de como agir com uma menina que está paquerando na academia? Pois é… ou esse cara é muito galinha ou muito sem noção. A menos que ele acredite que esta possa ser uma tática de conquista… tipo, vou me insinuar e depois “me sair” para ver se ela sente falta ou ciúmes por me ouvir falar de outra.

Se a vida fosse um daqueles programas de auditório com joguinho de erros e acertos, certamente,esse cara receberia um “qüen, qüen, qüen, qüen, qüeennn”. Pelamordi! Se isso é técnica de conquista, pode até funcionar de fato, mas dá um nó nos neurônios femininos…. nas louras então, melhor nem comentar!

Para as mulheres mais extrovertidas, isso não é problema! Chegam junto e perguntam mesmo qual é a dele,mas para as tímidas complica um pouco… elas devem ficar em uma situação muito constrangedora, sem saber se estão sendo paqueradas ou não.

Acho que na etapa da conquista, vale usar os artifícios que podem tornar mais interessante e excitante esse processo, mas fingir que não quer, nem sempre funciona…vai que o outro acredita e resolve desaparecer?

Na dúvida, melhor não arriscar!

2 de fevereiro de 2011

Amor X Amizade....

Ele a conheceu em um dia comum, como tantos outros que já havia vivido.
Pelo seu relato, não sabe dizer se foi amor, atração, desejo ou pelo fato dela estar completamente molhada de chuva naquele momento, mas ele não conseguiu parar de olhá-la, nem esquecê-la.
Depois de uma primeira aproximação, tornaram-se amigos, além de colegas de faculdade.
Estavam sempre juntos.
Ela nem imaginava o que havia no coração dele e ele queria, simplesmente, se alojar no dela e nunca mais sair de lá.
Ela pensava, ele realizava.
Ela sorria, ele se aproximava.
Ela precisava, ele estava sempre junto… e continua assim!
Muito tempo depois, surge uma oportunidade de revelar para ela, o que ele já não suportava esconder.
Estavam em uma festa, beberam e ele aproveitou a situação para disparar em uma só frase o que sentia… e a beijou.
Para ele, o beijo foi o que faltava para confirmar e aumentar aquele sentimento que já não cabia no peito, foi como materializar o amor que tinha construído.
Para ela, nada!
Foi um beijo sem sentimentos que mais pareceu uma brincadeira entre amigos, em uma noite onde os dois acabariam a festa sozinhos.
A única coisa que a atormentava, era o que ele tinha revelado e como ficaria a amizade dos dois depois daquele dia.
Ele sabia que não teria o seu amor, ela achou que perderia o grande amigo!
Conversaram, se entenderam e a amizade continua… ele ainda sente a mesma paixão, ela ama imensamente, mas não do jeito que ele gostaria.
Nunca mais houve outro beijo.
Ele ainda é aquela pessoa que ela pode contar em todas as horas.
Ajuda, acalma, dá bronca, cuida e ouve de forma paciente quando ela precisa contar os seus problemas.
Ele namora outras mulheres, se diverte… mas sempre diz que o amor por ela não acabou e nunca vai acabar.
Não cobra nada, entende que no coração não temos ingerência e que ela não tem culpa de não ama-lo da mesma forma.
Ela pensa, pensa, pensa, pensa (ela pensa muito) e não entende porque nunca conseguiu se apaixonar pelo amigo.
Sabe o grande homem que ele é e de todos os seus valores e qualidades.
Já chegou a se sentir culpada e desejou que ele não a amasse.
Apesar de não conseguir conceber a possibilidade de tê-lo longe, já cogitou até se afastar.
Mas ele não quer… e nem ela!
Querem ficar juntos!
Continuar compartilhando uma amizade fortalecida em sentimentos tão distintos.
E contrariando todas as teorias, até agora esse amor híbrido tem dado muito certo!
Mas até quando?